“As categorizações da inteligência artificial nos auxiliam a compreender o grau de inteligência de uma IA, que vai desde o mais restrito e específico até a superinteligência.
De forma geral, qualquer produto de IA pode ser classificado em alguma das categorias a seguir. Veja quais tipos de inteligência artificial existem:
Conhecida também como “IA Fraca” (Weak AI), é o tipo mais básico de IA, que se especializa em apenas uma área. Esses sistemas inteligentes são capazes de lidar com uma quantidade imensa de dados e fazer cálculos complexos muito rapidamente, mas somente com um único objetivo – é o tipo de inteligência artificial que consegue vencer um campeão de xadrez, mas é a única coisa que ela faz. Se você pedir para ela fazer qualquer outra coisa, como por exemplo, filtrar spam ou jogar damas, ela não saberá.
O mesmo acontece com sistemas de IA em carros autônomos, IA de reconhecimento facial etc. – são aplicações extremamente focadas, direcionadas para terem o máximo de performance com apenas um objetivo. Esse é o tipo de inteligência artificial que temos disponível hoje (que se utiliza de diversos métodos e algoritmos, como Redes Neurais, Deep Learning etc., como veremos mais à frente). No entanto, ainda dentro dessa categoria (ANI), temos uma subdivisão importante, referente ao nível de consciência que a IA pode ter:
– Máquinas Reativas: essa é a classe mais simples de sistemas de IA: são puramente reativos, e não têm habilidades para criar memórias
e nem utilizar experiências passadas para fundamentar a decisão atual. Um exemplo disso é o Deep Blue da IBM, supercomputador de xadrez que derrotou um dos maiores campeões de todos os tempos, Garry Kasparov, em 1997, ou o AlphaGO da DeepMind Google, que derrotou, em 2015, os campeões europeus de GO, o jogo mais complexo já inventado.
– Memória Limitada: essa classe contém máquinas que conseguem olhar para o passado (memória) para fundamentar a decisão atual. Os carros autônomos já fazem um pouco disso atualmente: eles observam a velocidade e a direção dos outros carros para decidir o que fazer, e isso não pode ser feito em apenas um momento, pois requer identificação de objetos específicos e seu monitoramento ao longo do tempo.
Conhecida também como “IA forte” (Strong AI) ou “IA nível humano” (Human Level AI), refere-se a um computador que é tão inteligente quanto um humano, em um leque enorme de habilidades (e não apenas em uma) – é uma máquina com a mesma capacidade intelectual de um ser humano, podendo realizar qualquer atividade inteligente que o homem domine. Esse é o tipo de IA que passaria facilmente no Teste de Turing, mas é muito mais difícil de criar do que as IA do tipo ANI (inteligência artificial limitada) – ainda não chegamos lá. Já existem computadores que exibem muitas dessas capacidades (criatividade computacional, razão automatizada, sistema de suporte a decisões, robôs, computação evolucionária, agentes inteligentes), mas não ainda nos níveis humanos.
Em termos de consciência, as AGI são máquinas que se relacionam com a Teoria da Mente, que é a habilidade de atribuir estados mentais (crenças, intenções, desejos, fingimento, conhecimento etc.) para si mesmo e para os outros, e compreender que os outros têm crenças, desejos, intenções e perspectivas que são diferentes das nossas:
– Máquinas Cientes: classe de mentes computacionais que não apenas “enxergam” o mundo (criam representações), mas também conseguem “perceber” outros agentes ou entidades – elas compreendem que as pessoas, criaturas e objetos no mundo podem ter pensamentos e emoções que precisam ser consideradas para ajustar o seu próprio comportamento (ciência). Essas habilidades são essenciais para permitirem interações sociais, e é a partir delas que os humanos formaram sociedades – seria muito difícil, ou mesmo impossível, trabalharmos juntos sem compreender as motivações e intenções uns dos outros, e sem considerar o que o outro sabe sobre si e o ambiente.
– Máquinas Autoconscientes: essa classe de sistemas de IA vai além na Teoria da Mente e possui “autoconsciência”. Em outras palavras, elas têm consciência não só sobre o seu exterior, mas também sobre si mesmas. Essa é uma diferença grande em relação a ter ciência apenas do que está do lado de fora – seres autoconscientes conhecem os seus estados internos, e são capazes de prever os sentimentos dos outros. Por exemplo, nós pressupomos que alguém que está chorando está triste porque, quando estamos tristes, nós choramos. Da mesma forma que a inteligência, a consciência é algo difícil de se definir, mas que conseguimos facilmente reconhecer.
Quão longe estamos de ter uma IA no nível humano convivendo conosco? Bem, previsões são complicadas pois, normalmente, não se tem a visão do topo da escada até que se suba degrau por degrau – mas os indícios do ritmo de evolução nos ajudam a ver de modo vago, mas com bastante importância, para onde estamos indo. O cientista Ray Kurzweil previu que um computador venceria um humano no xadrez até o ano 2000, e isso aconteceu em 1997.
Ele prevê que um computador passará o teste de Turing até 2029. Independentemente de quando isso acontecerá, daqui 10 ou 50 anos, penso que o mais importante é sabermos que isso acontecerá, e pavimentarmos o nosso caminho, subindo a escada da evolução com isso em mente.
O termo “superinteligência” foi definido pelo filósofo sueco Nick Bostrom (2003, p. 12-17) como “um intelecto que é muito mais inteligente do que o melhor cérebro humano em praticamente todas as áreas, incluindo criatividade científica, conhecimentos gerais e habilidades sociais”. A superinteligência artificial abrange um leque que varia desde um computador que é um pouco mais inteligente que um humano até o computador que é milhões de vezes mais inteligente em todas as capacidades intelectuais do que um humano.
É sobre esse tipo hipotético de inteligência artificial que se concentram as principais discussões hoje, pois é dessa área que vêm as promessas mais promissoras e assustadoras para o futuro da humanidade: a imortalidade ou a extinção humanas.“
Fonte: https://gennegociosegestao.com.br/tipos-de-inteligencia-artificial/
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