Design Thinking: saiba o que é e como usar
“A abordagem do Design Thinking ficou conhecida no mundo todo. A expressão é tema recorrente em reuniões, palestras, workshops e etc. Junto com a sua mentalidade, vem também o pensamento de colocar o cliente no centro e proporcionar a ele uma experiência excepcional.
No contexto atual de mudanças globais e alto nível de competitividade, a maneira usual como aprendemos e trabalhamos não é suficiente para lidar com os desafios econômicos e sociais. As soluções e serviços tornam-se obsoletas em um curto período de tempo e os métodos usados nas empresas não dão mais conta da complexidade, além de gerar problemas para o planeta como a enorme quantidade de resíduos resultante de fabricação de produtos.
Mas, e se existisse uma abordagem que realmente contribua para uma mudança massiva na forma como as pessoas e empresas pensam para solucionar problemas? É essa a intenção do Design tThinking.
Aprenda o que é esta abordagem e entenda como você pode colocar essa forma de pensar em todas as suas ações.
Para estudar mais a fundo a inovação, você poderá realizar o curso Design Thinking e se certificar como especialista.
No artigo “Developing Design Sensibilities“, Jane Fulton Suri e R. Michael Hendrix, da IDEO, defendem que “design thinking” não é apenas um método, mas uma habilidade capaz de buscar o equilíbrio entre um posicionamento e o uso das ferramentas.
Em uma perspectiva de empatia com todos os envolvidos no processo e uma abordagem que tem como objetivo buscar de maneira coletiva e colaborativa encontrar uma solução para os problemas.
O Design Thinking é uma metodologia que busca trazer o olhar e a empatia pelas pessoas envolvidas em um processo. Assim, se você quer melhorar um produto, tente pensar como seu cliente. Escute ele, entenda seu ponto de vista, olhe para ele, converse com ele.
Dessa forma, todo o processo consiste em entender e mapear a experiência de vida da pessoa, visão de mundo e os percalços envolvidos na realidade dela. Trata-se de uma abordagem que valoriza mais o “humano” trazendo a perspectiva de quem realmente interessa. É dar voz ao seu cliente e procurar entender suas reais necessidades. Na verdade, o Design Thinking pode ser utilizado por diversas áreas e com diferentes propósitos, inclusive ser usado para entender os colaboradores e como criar um serviço novo para sua empresa.
A razão de sua existência é a satisfação do cliente (interno ou externo), objetivo que só pode ser alcançado quando conhecemos em profundidade suas necessidades, desejos e percepções de mundo.
Por que Design Thinking
O senso comum refere-se ao design como um adjetivo relacionado à estética, mas o design na verdade é verbo relacionado a ação e planejamento de soluções e significa projetar. É um processo pelo qual os participantes partem desde o entendimento do problema até a concepção de uma solução de um desafio.
Quando projetamos algo, estamos intencionalmente transformando contextos. Uma transformação neste sentido, sempre está diretamente ligada às pessoas.
Quando e onde posso usar o Design Thinking?
Para resolver problemas complexos
Para equilibrar desejos, viabilidade financeira e empatia
Para acelerar a inovação
Para criar produtos ou serviços inovadores
Para gerar inovação social
Para transformar culturas organizacionais
Para construir novos modelos de negócio
Para redesenhar processos
Para desenvolver uma marca
Para desenvolver uma nova tecnologia
Fatores do Design Thinking
Separamos três fatores que são fundamentais quando você for aplicar o Design Thinking na sua empresa. Essa abordagem tem a ver muito com o mindset e a forma de solucionar problemas.
Empatia
Significa se colocar no lugar do outro, despedir-se de pressupostos e compreender o contexto e ações do outro, acolher, assimilar e acomodar perspectivas alheias.
Colaboração
Significa pensar conjuntamente, cocriar em equipes multidisciplinares para que o pensamento e capacidade de entendimento se multiplique exponencialmente.
Experimentação
Significa sair do campo das ideias, da fala. Construir e testar soluções para evitar problemas na fase de implementação.
Pilares do Design Thinking
Para que a abordagem do Design Thinking seja aplicada em um projeto, ela precisa estar ancorada por alguns pilares. São eles:
Ambientes adaptáveis
Os ambientes nos quais os workshops e projetos de design thinking são aplicados, devem ser adaptáveis a diferentes usos e configurações, dependendo das necessidades do momento. Exemplo: mesas e cadeiras que permitam diferentes configurações.
Abordagem
A abordagem prática para navegar na complexidade do design não é linear, tem natureza iterativa e flexível, além de ser marcada por momentos de convergência e divergência de pensamento, conforme iremos explicar nas etapas do design thinking.
Multidisciplinaridade
Design Thinking é transdisciplinar e precisa de equipes multidisciplinares, portanto pessoas do perfil T: aquelas que seu expertise, porém tem também a capacidade de conversação com outra disciplina.
Cultura do erro e aprendizado
O Design Thinking é um modelo mental de natureza interativa e flexível, isso significa que o erro é visto como parte integrante e valiosa da jornada.
Etapas do Design Thinking
O processo para aplicar o Design Thinking utiliza modelos alternativos de divergência e convergência de pensamento, baseados no processo de inovação conhecido como Double Diamond, mapeado pelo Design Council UK em 2005.
Pela abordagem, o momento de gerar soluções se inicia apenas depois da vasta compreensão de contexto. Conheça cada uma de suas fases:
Entendimento
É o momento de divergência de pensamento. É necessário fazer um entendimento 360 graus do desafio inicial, colocar todos os pressupostos na mesa. Nesta fase acontece a abertura de olhar e de preparação para a pesquisa de campo. Para isso, é necessário colher todos os dados existentes e disponíveis por meio de ferramentas como a desk research (busca de dados e soluções já publicados e explorados sobre o tema do desafio).
Pesquisa e observação
É o momento de convergência de olhar e empatia. Hora de sair a campo, conversar, observar e sair da zona de conforto. Todo serviço, produto e plataforma é feito para pessoas, por isso, a pesquisa deve se basear nelas.
Algumas ferramentas usadas são a triangulação de pesquisas, planejamento de pesquisa, observação e participação, 5 Whys (perguntar o quê, para quê, como, quando e onde) e formulário de questões.
Ponto de vista
É o momento de convergência de pensamento, um dos mais difíceis do projeto. Depois de gerar grande quantidade de dados, insights e novas compreensões, é hora de refrescar o desafio a partir do entendimento e pesquisa em grupo. É aqui que acontece a organização da complexidade gerada.
Podem-se usar ferramentas como Matriz 2X2.
Ideação
Momento de geração de ideias. Na ideação é onde se constrói soluções para os problemas e dilemas encontrados na etapa anterior. É importante ter consciência do que realmente se está resolvendo, pois ela permite uma exploração focada em diversos caminhos criativos. Ao usar os dois lados do cérebro, o esquerdo (pensamento lógico) e o direito (pensamento criativo), essa frase transforma a pesquisa em um set de direções estratégicas e soluções tangíveis. Nesta fase pode-se usar a ferramenta brainstorming.
Prototipagem
Momento onde as soluções ganham vida. Esta é a fase de divergência, de crescer seu entendimento, de expandir. É o momento de tirar as ideias do papel e dar vida a elas. A construção de modelos ajuda na visualização e iteração do funcionamento da ideia por meio de protótipos. Podem-se usar protótipos de papel e interface, maquetes e até encenação.
Teste
A fase teste consiste em ir para a rua validar com o usuário a ideia, produto ou serviço. Ela tem objetivo de provocar sensações nas pessoas para receber feedbacks: o que elas mais gostaram e não gostaram, maior diferencial, o que falta, sugestões e se a solução é desejável. Para isso usam-se ferramentas como o feedback do teste e teste A/B
Iteração
Iteração é o momento de refinar a solução após o teste. É analisar e refletir sobre os feedbacks e aprendizados recebidos, e a partir daí, começar a iterar a solução.
A iteração também pode significar voltar em algum ponto anterior do processo. Na fase de teste, muitas vezes, descobrimos que não convergimos o suficiente ou que houve erro em algum ponto. Então, volta-se atrás e itera-se.”
Fonte: Distrito