A adoção de soluções em nuvem oferece uma ampla gama de benefícios para empresas. No entanto, esse avanço vem acompanhado de desafios significativos, especialmente no que diz respeito à proteção contra vazamentos de dados. Com o custo médio de um vazamento de dados estimado em US$ 3,92 milhões, não é surpresa que essa seja uma das maiores ameaças enfrentadas por organizações que utilizam a nuvem.
À medida que mais dados são transferidos para a nuvem, cresce o número de usuários e aplicativos com acesso privilegiado. Esse aumento eleva os riscos, já que o fator humano continua sendo a principal causa de incidentes de segurança. Gerenciar identidades humanas e não humanas — como dispositivos IoT (Internet das Coisas) e comunicações máquina a máquina (M2M) — apresenta um desafio significativo para as equipes de TI.
Erros de configuração são outra preocupação crítica. Permissões excessivas ou o uso de credenciais padrão não alteradas são exemplos de falhas que podem levar a acessos indevidos. Configurações incorretas de recursos na nuvem estão entre as principais causas de vazamentos de dados, podendo resultar na exclusão, modificação de informações e até interrupções nos serviços.
Além disso, a gestão inadequada de identidades, credenciais, acessos e chaves de segurança contribui para os riscos. A nuvem trouxe mudanças profundas nas práticas de Identity and Access Management (IAM) e Privileged Access Management (PAM). Credenciais privilegiadas, sejam de usuários ou de máquinas, têm grande poder de acesso e, se comprometidas, podem permitir que invasores acessem bancos de dados confidenciais ou até mesmo todo o ambiente da nuvem de uma organização.
A obtenção de credenciais privilegiadas é um dos principais objetivos de cibercriminosos. Métodos como phishing, exploração de vulnerabilidades e uso de credenciais roubadas são frequentemente usados para acessar contas altamente privilegiadas, como contas de serviços de nuvem. Esse tipo de invasão pode levar ao controle total da conta, permitindo ações como criptomineração, roubo de dados e ataques a outros sistemas. As consequências incluem interrupções operacionais, destruição de dados e perda de propriedade intelectual.
Ameaças internas também representam um perigo significativo. Funcionários atuais ou antigos, contratados e parceiros podem usar seu acesso legítimo para prejudicar a organização. Identificar esses riscos pode ser extremamente difícil, já que essas pessoas têm permissões válidas. A correção de incidentes causados por ameaças internas pode ser complexa e onerosa.
No ambiente de nuvem e DevOps, a noção de “privilégio” mudou drasticamente. Mesmo credenciais aparentemente comuns podem conceder acessos tão poderosos quanto as de um administrador em sistemas tradicionais. Quando combinadas a uma infraestrutura dinâmica e a interações entre máquinas e aplicativos, a superfície de ataque se expande rapidamente.
Implementar controles rigorosos de acesso privilegiado é essencial para limitar os níveis de acesso de pessoas, aplicativos e máquinas a apenas o necessário. Esses controles também permitem que equipes de segurança respondam rapidamente a atividades suspeitas.
Embora o processo de migração para a nuvem varie de uma organização para outra, é essencial implementar políticas uniformes de gestão de acesso privilegiado em toda a empresa. Ferramentas e processos fragmentados aumentam a complexidade, dificultando a proteção eficaz.
A seguir, destacamos quatro práticas recomendadas para proteger o acesso privilegiado e as identidades em ambientes de nuvem:
Os consoles de gestão de nuvem permitem o controle abrangente dos recursos de uma organização. O acesso não autorizado a essas ferramentas representa um risco elevado. Por isso, proteger contas administrativas — como a conta raiz da AWS, a função de administrador global do Azure e a conta de superusuário do Google Cloud Platform (GCP) — é uma prioridade.
Essas contas não devem ser usadas para tarefas administrativas cotidianas. Além disso, a autenticação multifatorial (MFA) deve ser obrigatória para acessos privilegiados. É igualmente importante monitorar e registrar todas as sessões em que essas contas forem utilizadas.
A infraestrutura em nuvem permite a criação dinâmica de servidores virtuais, armazenamento e contêineres conforme necessário. Cada recurso recebe credenciais privilegiadas ao ser ativado, o que pode representar um risco se não for bem gerenciado.
É fundamental descobrir todas as entidades privilegiadas com acesso à infraestrutura e integrá-las imediatamente ao sistema de segurança. À medida que o ambiente se torna mais dinâmico, a gestão programática — por meio de APIs — pode simplificar o processo de rastreamento e proteção.
Os aplicativos modernos, especialmente aqueles baseados em práticas de Integração Contínua/Entrega Contínua (CI/CD), dependem de APIs para interações dinâmicas. Essas APIs utilizam chaves de acesso, que precisam ser protegidas de forma rigorosa.
Boas práticas incluem:
Chaves de API expostas em repositórios públicos, como o GitHub, têm sido exploradas por invasores para roubar dados, excluir código-fonte e causar danos significativos às organizações.
Aplicativos SaaS são amplamente adotados nas empresas, mas sua facilidade de implementação também pode levar à “Shadow IT”, onde ferramentas não autorizadas são usadas pelos funcionários. Isso cria vulnerabilidades exploráveis por cibercriminosos.
Para mitigar riscos em aplicativos SaaS:
Visão Geral Integrada
A segurança em ambientes de nuvem exige uma abordagem consistente e integrada. Proteger acessos privilegiados, implementar controles rigorosos e centralizar a gestão de identidades são passos fundamentais para minimizar riscos e proteger dados confidenciais.
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Fonte: Redação
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