O teste de integridade é uma análise importante para entender a distância entre os valores da empresa e as práticas dos profissionais. Com efeito, a ferramenta ganha cada vez mais espaço nas avaliações e nos processos seletivos.
Em certa medida, as organizações perceberam que investir na prevenção é muito mais barato do que arcar com os efeitos negativos das irregularidades. Logo, a missão dos profissionais de recursos humanos está dada: identificar e desenvolver a resiliência contra dilemas éticos.
Sendo assim, leia o conteúdo a seguir com bastante atenção e veja como dar os primeiros passos no tema. Ao longo do conteúdo, o teste de integridade será apresentado em seus pontos essenciais! Não deixe de conferir!
Embora a aplicação das técnicas de avaliação e de seleção de pessoas tradicionalmente visem competências técnicas, mais recentemente, cresceu a quantidade de empregadores que querem avaliar também outras características.
No seu dia a dia, você certamente já percebeu uma preocupação mais elevada com aspectos comportamentais e atitudinais. Hoje fala-se menos em diplomas e mais em liderança, proatividade, resiliência e outras softskills.
Igualmente, avança a exigência do fit cultural. O colaborador deve estar alinhado à missão, visão e valores da empresa, bem como aos hábitos e aos costumes internalizados na companhia.
Assim, surge a necessidade de desenvolver um conjunto de técnicas de avaliação e seleção com o objetivo de constatar como os profissionais se comportam. Eles atuam de acordo com os padrões da empresa?
Teste de integridade é o nome dado a toda ferramenta de avaliação ou seleção de pessoas que cria um cenário para a identificação, o entendimento e a análise dos valores éticos.
A ideia-chave é entender o comportamento dos indivíduos a partir de entrevistas ou simulações que aprofundem a compreensão sobre essa dimensão do fit cultural.
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A legislação considera frágil a posição jurídica do trabalhador em relação ao poder do empregador. Logo, a CLT traz uma série de limites para a atuação das empresas.
Um ponto importante é ficar atento à preservação da imagem, da honra e da boa fama do colaborador. Divulgar publicamente os resultados de um teste de integridade, por exemplo, pode gerar a justa causa do empregador, permitindo a saída com todas as verbas trabalhistas e multas rescisórias.
Além disso, se o profissional for ofendido, existe a possibilidade de requerer uma indenização pelo dano moral. Ou seja, o processo de avaliação não pode, ele mesmo, constituir-se em um instrumento antiético.
Por fim, lembre-se de que a falha no teste de integridade não é hipótese válida de demissão por justa causa. O ato de improbidade não pode ser fruto de uma simulação.
A construção de uma base de conhecimento sobre os padrões éticos dos profissionais e sobre a resiliência deles perante propostas irregulares traz benefícios para os mais variados setores de uma empresa. Veja os porquês de utilizar a ferramenta a seguir.
Quando a ética é uma preocupação, a chance de recrutar pessoas alinhadas às características da empresa é maior, por causa do reflexo dessa exigência nos hábitos e nos costumes dos colaboradores. Logo, a concretização dos valores da cultura organizacional é fortalecida.
Os testes de integridade não se destinam à atribuição de culpa ou julgamento moral dos colaboradores. Trata-se da oportunidade de identificar problemas e criar um programa de treinamento para aumentar a resiliência dos quadros diante de dilemas éticos.
A preparação e a escolha dos profissionais certos evita a ocorrência das dispensas por atos ímprobos ou quebra de confiança, diminuindo a rotatividade. Sem contar que o colaborador pode se sentir mais adequado ao ambiente se houver adesão à cultura da empresa.
As medidas de controle interno para o cumprimento da lei ganharam espaço diante dos recentes casos de corrupção que assolaram o país. Logo, a identificação e o trato das fraquezas éticas das equipes também são uma maneira de atender à demanda social por compliance.
A conduta ética é um atributo inegavelmente importante para a imagem de uma empresa, quer seja perante os consumidores ou para a construção da marca.
A atração e retenção de talentos também é afetada por um controle interno mais ativo. Afinal, os profissionais mais qualificados podem ficar receosos em ingressar ou permanecer em um meio que pode comprometer a credibilidade de suas carreiras.
Normalmente, as técnicas de avaliação e de seleção de pessoas, com alguns ajustes quanto aos objetivos, se transformam em verdadeiros testes de integridade. Entenda o funcionamento de alguns desses modelos.
As entrevistas exercem um papel investigativo valioso e podem servir para uma avaliação ética. Isso ocorre com o auxílio de questões que levam o profissional a discorrer sobre o seu comportamento, a realizar escolhas ou a apresentar propostas de resolução de dilemas.
O segredo é buscar os desvios de conduta nas entrelinhas. Afinal de contas, mesmo um corrupto juraria inocência diante de uma pergunta direta.
Avaliar o conhecimento sobre o código de ética da empresa e aplicar questionários voltados para a identificação dos valores do profissional também é bastante útil.
A principal vantagem é a criação rápida de uma base de conhecimento sobre os profissionais, tendo em vista que, em algumas poucas horas, eles responderão a um grande número de questões.
A criação de um cenário em que o profissional recebe uma oferta antiética é a primeira coisa que vem à mente quando se pensa em testes de integridade. Trata-se da criação de uma prova situacional.
Um caso prático ocorreu no programa de televisão Aprendiz — O Retorno. Nas provas que simulam dinâmicas empresariais, um figurante tentou comprar bebidas de um dos participantes, passando-se por menor de idade.
O avaliado negou o pedido, mas sugeriu que um adulto fizesse a compra e repassasse o produto. Com efeito, não só o participante foi “demitido”, como surgiram questionamentos do público sobre a necessidade de eliminação do líder da equipe.
De todo modo, o mais importante é criar um cenário que possibilite o aprendizado, principalmente quando o objetivo é direcionar o treinamento dos colaboradores. A avaliação não é uma mera “pegadinha”, mas um instrumento para desenvolver a resiliência diante de oportunidades de corrupção.
Sendo assim, o teste de integridade fornecerá um conhecimento relevante para melhorar as decisões sobre fit cultural, programas de desenvolvimento, contratações, desligamentos, progressão de carreira etc.
Fonte: https://kenoby.com/blog/teste-de-integridade/